AMATO LUSITANO
HISTÓRIAS DAS CENTÚRIAS
Na obra de
João Rodrigues de Castelo Branco encontram-se pequenas histórias saborosas. Vejamos a CURA XLVII da segunda CENTÚRIA. Intitula-se:
DE UM INDIVÍDUO
QUE, ESTANDO ATORMENTADO DE DISENTERIA, COMETEU COITO COM A MULHER E FICOU SÃO.
Curámos muitos doentes
atacados de disenteria epidémica e, entre eles, um alveitar (veterinário).
Como a
disenteria o oprimisse fortemente encaminhou-se de noite para uma mulher sua
vizinha, de pénis ereto, e teve com ela agradável himeneu, cessando logo as
dejeções, como me contou depois, ao visitar-me pela manhã. Ficou de boa saúde.
Nos comentários , Amato Lusitano cita o Médico da
ilha de Cós:
Disse Hipócrates nas últimas palavras dos livros De Morbis Vulgaribus que a disenteria se
cura com a vida lasciva. A frequência dos prostíbulos é, como ele diz, uma
torpe licenciosidade, de que o cínico Diógenes usou quando esperava a meretriz.
Como tivesse chegado tarde junto dele que a esperava, apresentou-se-lhe
vergonhosamente e contra o preceito de Deus. A mão antecipara-se à celebração
da cópula. Havia lançado o sémen ao chão com levar a mão às partes pudendas.
Embora fosse preciso aguardar, parecia mais fácil,
no tempo de Diógenes, encontrar mulheres que homens.
Sem comentários:
Enviar um comentário