LEONARDO DA VINCI
O PRIMEIRO GRANDE ANATOMISTA
II
Naquela época, médicos e artistas andaram associados. Entre 1510 e 1511, da Vinci estabeleceu amizade com o médico Marcantonio della Torre, um jovem professor de Anatomia da Universidade de Pádua. Pádua dista 32 quilómetros de Milão.
Marcantonio conhecia os
ensinamentos de Galeno. Curiosamente, as obras originais de Galeno de Pérgamo
eram desconhecidas até à generalização da imprensa, na década de 1470, havendo
apenas o recurso às traduções feitas por árabes.
A teleologia de Galeno
marcou profundamente Leonardo. A teleologia é um conceito filosófico comum a
Platão, Aristóteles, Kant, Jung e Hegel. Sustenta que as causas finais existem
na natureza e que a natureza tende para fins determinados. «Toda a parte tem
uma função e nada é supérfluo numa criação divina».
Da Vinci e della Torre produziram
em conjunto um trabalho sobre anatomia, para o qual Leonardo contribuiu com
duzentos desenhos. Algumas lâminas magníficas foram agrupadas no
chamado Manuscrito anatómico A.
Era a maturidade do
anatomista. Alegadamente influenciado por Marcantonio, em vez de interpretar o
que observava à luz dos fracos conhecimentos de que dispunha, Leonardo passou a
retratar com precisão os pormenores dos corpos humanos que dissecava. Nascera a
anatomia moderna.
Marcantonio della Torre
foi ceifado pela peste em 1511, com cerca de 30 anos. Este alto-relevo de
Riccio está no Museu do Louvre e representa a morte do anatomista. Não tivesse
ele falecido tão cedo e Leonardo teria provavelmente chegado mais longe no
entendimento da fisiologia.
No esforço de compreender
o corpo humano Leonardo caminhou da superfície para a profundidade.
O papel era caro e havia
que aproveitá-lo. Nesta lâmina, o artista misturou os músculos dum membro
inferior com estudos da língua, laringe, traqueia e esófago.
e sonhava com o voo.
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