PECULIARIDADES CHINESAS:
MERIDIANOS, ACUPUNTURA E MOXABUSTÃO
Os
meridianos são vias imaginárias de transporte. Dão passagem à energia e, por
vezes, ao sangue. Percorrem o corpo, a profundidades variáveis.
É
na rede de meridianos que se fundamenta a prática da acupuntura e, também, da
moxabustão e de certas massagens. Comporta 365 pontos principais (o seu número é
igual ao dos dias do ano). Atuando neles, mediante a introdução de agulhas, torna-se
possível compensar a falta ou o excesso de Qi nos diversos órgãos,
restabelecendo o equilíbrio necessário.
Existem
dois meridianos principais: o do «caso dominante», que corre junto ao dorso e
transporta a energia Yang, e o do «vaso da conceção», que cursa na parte de
frente do corpo, também paralelo à coluna vertebral. Seguem-se seis meridianos
Yin e outros seis Yang, relacionados com os órgãos e vísceras.
Outros
meridianos de importância secundária asseguram a comunicação entre os
principais, constituindo um sistema de vasos comunicantes que evita desequilíbrios da carga de energia em pontos diferentes do corpo.
A
acupuntura é uma prática chinesa milenar que, no decurso das últimas décadas, conheceu uma divulgação
extraordinária no mundo ocidental. De forma que
não deixa de ser curiosa, a Organização Mundial da Saúde considerou-a adequada
para o tratamento de mais de quarenta afeções que vão das vertigens à gripe e
às cataratas.
Os
365 pontos de acupuntura são locais onde os meridianos se superficializam.
Diz-se
que a picada é praticamente indolor. A forma das agulhas, a profundidade a que
se devem introduzir e os tempos de terapêutica variam muito. Em determinadas
circunstâncias, é conveniente fazê-las vibrar. Modernamente, a utilização de agulhas
é associada à estimulação elétrica, ultrassónica e eletromagnética e à
utilização de LASER.
Os
mestres chineses esperam que a introdução das agulhas liberte o organismo da
energia “saturada e estagnada”, permitindo a entrada de energia fresca.
Nem
todas as ocasiões são favoráveis à terapia. As agulhas devem ser aplicadas em
dias quentes e nunca em fase de Lua Nova, pois então a natureza atravessa um período de instabilidade, podendo entrechocar-se o Yin e o Yang.
Modernamente,
encontrou-se uma base fisiológica para a ação benéfica da acupuntura na dor e noutras
situações. A introdução das agulhas estimulará a produção de endorfinas que atuam
em áreas cerebrais responsáveis pela modulação da dor, do humor e da ansiedade.
A naloxona, um bloqueador dos recetores de endorfinas, bloqueia a analgesia
induzida pela acupuntura.
A
ingestão de chocolate e pimenta estimula também a produção de endorfinas.
A
prática da moxabustão está tradicionalmente associada à acupuntura. É, aliás,
uma espécie de acupuntura térmica. Consiste na aplicação localizada de calor em
zonas escolhidas da pele. Eram utilizados procedimentos que produziam
verdadeiras queimaduras, com dor e formação de cicatrizes.
Moxa
é uma espécie de algodão da erva Artemísia. Queimado, produz um calor moderado
e uniforme. Utiliza-se em bastões e cones. O bastão acesso é semelhante a um
charuto e deve ser aproximado do ponto escolhido.
A
Moxa tem sido misturada com alho, gengibre e sal. É também utilizada em
tratamentos com ventosas de vidro, prática comum à medicina tradicional
europeia, que os mais velhos de nós ainda recordam.
Gravura: retirada de Medicina Chinesa - em busca do equilíbrio perdido.
Fotografias: Internet
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