Histórias da Medicina Portuguesa

No termo de uma vida de trabalho, todos temos histórias a contar. Vamos também aprendendo a ler a História de um modo pessoal. Este blogue pretende viver um pouco da minha experiência e muito dos nomes grandes que todos conhecemos. Nos pequenos textos que apresento, a investigação é superficial e as generalizações poderão ser todas discutidas. A ambição é limitada. Pretendo apenas entreter colegas despreocupados e (quem sabe?) despertar o interesse pela pesquisa mais aprofundada das questões que afloro.
Espero não estar a dar início a um projecto unipessoal. As portas de Histórias da Medicina estão abertas a todos os colegas que queiram colaborar com críticas, comentários ou artigos, venham eles da vivência de cada um ou das reflexões sobre as leituras que fizeram.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011


                     AMATO LUSITANO 

    HISTÓRIAS DAS CENTÚRIAS


    Na obra de João Rodrigues de Castelo Branco encontram-se pequenas histórias saborosas. Vejamos a  CURA XLVII da segunda CENTÚRIA. Intitula-se:

      DE UM INDIVÍDUO QUE, ESTANDO ATORMENTADO DE DISENTERIA, COMETEU COITO COM A MULHER E FICOU SÃO.

  Curámos muitos doentes atacados de disenteria epidémica e, entre eles, um alveitar (veterinário). 
 Como a disenteria o oprimisse fortemente encaminhou-se de noite para uma mulher sua vizinha, de pénis ereto, e teve com ela agradável himeneu, cessando logo as dejeções, como me contou depois, ao visitar-me pela manhã. Ficou de boa saúde.

     Nos comentários , Amato Lusitano cita o Médico da ilha de Cós:

     Disse Hipócrates nas últimas palavras dos livros De Morbis Vulgaribus que a disenteria se cura com a vida lasciva. A frequência dos prostíbulos é, como ele diz, uma torpe licenciosidade, de que o cínico Diógenes usou quando esperava a meretriz. Como tivesse chegado tarde junto dele que a esperava, apresentou-se-lhe vergonhosamente e contra o preceito de Deus. A mão antecipara-se à celebração da cópula. Havia lançado o sémen ao chão com levar a mão às partes pudendas.


    Embora fosse preciso aguardar, parecia mais fácil, no tempo de Diógenes, encontrar mulheres que homens.

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